Os profissionais de enfermagem assumem uma responsabilidade de grande magnitude no apoio aos pacientes com câncer oferecendo assistência em todas as etapas do tratamento.
Desde a identificação da doença, eles acompanham os pacientes em diversas intervenções como administração de medicamentos, procedimentos cirúrgicos, radioterapia e quimioterapia trabalhando para promover a independência do paciente enquanto garantem um ambiente acolhedor ao longo de todo o processo.
Ao chegar no estágio em que os tratamentos convencionais não são mais eficazes no combate ao câncer, os enfermeiros permanecem ao lado de seus pacientes e familiares, proporcionando intervenções de cuidados paliativos que se concentram no controle dos sintomas e na promoção da qualidade de vida.
O compromisso do enfermeiro no suporte direto aos pacientes, envolve uma gama de funções essenciais como:
Administração precisa de medicamentos;
Priorização da segurança do paciente;
Acompanhamento constante do paciente;
Personalização do tratamento para cada paciente;
Gerenciamento eficaz da dor;
Instruções sobre medicamentos;
Atenção durante os procedimentos (quimioterapia ou radioterapia).
Essas condutas evidenciam a importância do enfermeiro no cuidado abrangente e individualizado aos pacientes com câncer, já que esses profissionais são os responsáveis por auxiliar de perto a jornada dos pacientes dedicando tempo e cuidados necessários para garantir que cada indivíduo se sinta especial.
O enfermeiro ampara o paciente realizando uma revisão minuciosa do protocolo de tratamento verificando detalhes como peso, altura, doses de medicamentos e medicamentos pré-quimioterápicos, os chamados “pré-QT”.
Esse processo confirma uma direção mais segura dos protocolos do tratamento, proporcionando mais segurança ao paciente.
A seleção do aparelho de infusão venosa é de extrema importância no tratamento, principalmente quando se trata da condução de quimioterápicos.
Durante essa análise o profissional de enfermagem examina cuidadosamente as veias do paciente em colaboração com a equipe médica e define a melhor escolha para a administração dos medicamentos. Essa determinação leva em consideração as características das veias de cada paciente e o tipo de tratamento recomendado.
No dia da infusão, o enfermeiro realiza uma consulta para documentar informações importantes para o processo fornecendo instruções ao paciente e seu acompanhante sobre efeitos colaterais de medicamentos, coleta de exames, precauções com o cateter, agendamentos, alterações na rotina diária do paciente no decorrer do tratamento e quando buscar assistência de emergência caso seja necessário.
Bem-estar e segurança é o que os enfermeiros proporcionam aos pacientes submetidos à quimioterapia!
Os enfermeiros são os únicos responsáveis por conduzir o tratamento de quimioterapia, garantindo um cuidado especializado aos pacientes. A quimioterapia é um tratamento que atua em todo o organismo e pode ser aplicada de diferentes formas, como via oral, intramuscular, subcutânea ou intravenosa.
A quimioterapia pode ser:
Neoadjuvante: aplicada antes da cirurgia ou radioterapia com a finalidade de reduzir o tamanho do tumor facilitando a remoção cirúrgica;
Adjuvante: aplicada após a cirurgia com o objetivo de reduzir as células cancerígenas restantes e reduzir os riscos de reaparecimento;
Exclusiva: quando a quimioterapia é o único procedimento utilizado para tratar o câncer;
Combinada: quando a abordagem é combinada com a radioterapia.
É importante destacar que o enfermeiro executa procedimentos específicos de acordo com o método indicado, baseado em suas características profissionais.
Ao longo desse processo, os profissionais de enfermagem desempenham um papel fundamental orientando os pacientes oncológicos e seus familiares, com o objetivo de promover uma aceitação positiva ao tratamento, prevenindo complicações e melhorando o conforto dos pacientes.
Os profissionais de enfermagem possuem um desempenho fundamental nos cuidados durante a radioterapia.
A radioterapia é um procedimento aplicado em aproximadamente metade dos pacientes durante o tratamento de câncer, podendo atuar:
- De forma curativa em câncer de tireóide, cabeça e pescoço e colo do útero;
- No controle de tumores inoperáveis ou metástases;
- Como uma escolha neoadjuvante, opção prévia ao tratamento definitivo local com ou sem quimioterapia;
- Como medida profilática para escapar da propagação celular de um CA primário para outros locais, por exemplo: radioterapia de tumor cerebral evitando infiltração leucêmica ou metástase pulmonar;
- Como medida paliativa proporcionando alívio de sintomas em situações de espalhamento para o cérebro, tecidos moles ou ósseos;
- No tratamento de emergências oncológicas como a síndrome da veia cava superior, obstruções nos brônquios ou compressão da medula espinhal.
A radioterapia pode ser dividida em teleterapia e braquiterapia, durante o tratamento é comum observar reações adversas como alopecia (perda de cabelo), eritema (vermelhidão da pele), descamação cutânea, estomatite (inflamação na mucosa da boca), xerostomia (boca seca), anemias, leucopenias (baixa contagem de glóbulos brancos) e trombocitopenia (baixa contagem de plaquetas).
Além dessas reações, os profissionais de enfermagem podem identificar e diagnosticar outras condições relacionadas ao cuidado do paciente durante a radioterapia, como por exemplo:
Riscos de infecção devido a diminuição das defesas imunológicas causada pela radiação, riscos de sangramento devido a baixa contagem de plaquetas secundária a radiação, danos decorrentes da radioterapia na pele, alterações na mucosa oral associadas à radioterapia e fadiga devido a redução de energia causada pelo câncer.
Esse apoio da enfermagem também engloba:
- Implementar medidas de isolamento e precauções adicionais de acordo com o estado hematológico do paciente;
- Evitar que o paciente se aproxime de pessoas portadoras ou com suspeitas de infecções transmissíveis;
Impedir a realização de procedimentos invasivos e remover dispositivos conectados ao paciente o mais rápido possível; - Realizar análises cuidadosas em locais com possibilidade de infecção;
- Orientar o paciente a evitar o consumo de alimentos crus ou muito condimentados;
- Coletar amostras para cultura e realizar testes que identifiquem a sensibilidade da bactéria a determinados antibióticos quando indicado;
- Evitar o uso de sabonetes, perfumes, loções e cosméticos;
- Recomendar o uso de água morna para higiene pessoal;
- Orientar o paciente a evitar friccionar a região irradiada;
- Evitar lavagens excessivas da pele e proteger a área irradiada da exposição solar;
- Instruir o paciente a evitar o uso de substância irritantes como enxaguantes bucais, bebidas alcoólicas e tabaco;
- Fazer a higiene oral utilizando escovas de cerdas macias e creme dental não abrasivo;
Realizar avaliações frequentes da cavidade oral; - Remover próteses caso ocorram lesões e oferecer uma dieta de alimentos processados realizando a higiene bucal cuidadosamente utilizando solução fisiológica a 0,9% e gaze;
- Adaptar a dieta e os horários conforme as preferências e tolerância do paciente;
- Evitar estímulos visuais, sonoros e odores desagradáveis no ambiente;
- Utilizar técnicas de distração como musicoterapia, biofeedback e relaxamento antes e depois das sessões de radioterapia;
- Promover uma rotina de sono adequada;
- Orientar o paciente a alternar as atividades com períodos de descanso;
- Encorajar o paciente a pedir ajuda para as tarefas diárias de autocuidado;
- Estimular a participação em programas de exercícios planejados.
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Fontes:
https://laboro.edu.br/blog/enfermeiro-em-oncologia/
https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/quimioterapia.htm
https://www.preparaenem.com/biologia/quimioterapia.htm
https://profgustavodias.com.br/blog/assistencia-de-enfermagem-ao-paciente-em-radioterapia/
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17220/1/TESE%20FERNANDA%20LUCIA%20DE%20OLIVEIRA.pdf
Escritora: Beatriz Junia
